sábado, 15 de março de 2014

UMA PIADA EM CORDEL



Desde o início do mundo,
Corre um boato no céu
De que o amor mais profundo
E também mais verdadeiro
É o amor que Deus sente
Por um povo diferente
E esse povo é o brasileiro


De fato, reza uma lenda,
Não sabemos de onde vem
(E, aqui, ninguém se ofenda
Não queremos ser “os bons”),
De que Deus, olhando os povos
Uns mais velhos, uns mais novos,
Quis conceder-lhes dois dons.

A cada povo, dois prêmios:
Aqui, força e simpatia,
Ali, fé e muitos gênios;
A uns, raça e alegria.
Alguns ganharam riqueza
E, de lambuja, beleza
E Deus amava o que via.

Quando chegou nossa vez,
Quis o Senhor dar três dons.
Mas, mandava a sensatez
Que só dois dons concedesse
E como Deus nunca erra,
Inventou, pra nossa terra,
Um jeitinho. E foi esse:

Petista, honesto e consciente
Esses três, ninguém será,
Porque são dois dons, somente,
Para cada brasileiro:
Se for petista e honesto,
É porque lhe falta o resto
E, nisso, Deus foi certeiro;

Se consciente e petista,
Honesto é que não vai ser.
Só cabem dois dons na lista.
E, pra alegria da gente,
Deus nunca nos faltará:
Petista ninguém será,
Sendo honesto e consciente.

domingo, 28 de outubro de 2012


O QUE ESSES DOIS PERSONAGENS TÊM EM COMUM?


LULA                                                                  











HOUDINI
  

sábado, 20 de outubro de 2012

UMA QUESTÃO DE ESTATÍSTICA (CAI NO ENEM)
Cajazeiras possui cerca de 500.000 habitantes. Havia cerca de 5.000 pessoas no comício de Dilma. Isso dá algo em torno de 1% da população local. Bom número, diriam os PeTistas. Mas temos que considerar que, dos 5.000:
10 % foram por curiosidade
10% foram vender churrasquinho e cerveja, afinal, não se pode perder uma oportunidade dessas.
10% foram ver a nam
orada que os pais só deixam sair pra ver comício do PT.
10% não conseguiram ir adiante, por causa do engarrafamento.
10% pararam pra perguntar que lugar era aquele, diferente do caminho que tinha visto, pela manhã.
5% tinham ido buscar a filha, ao saber que o comício era do PT.
5% tinham ido buscar o filho ao saber que a namorada não avisara em casa dos pais que o comício era do PT.
10% foram manifestar sua indignação contra os pais que ainda querem controlar a opção política das filhas.
10% foram na esperança de ver alguém da Femen.
10% foram na esperança de acabar com essa pouca vergonha de em tudo a Femen aparecer.
10% foram na esperança de explicar o que pretende, afinal, a Femen.
10% foram manifestar seu apoio às vadias.
10% foram esclarecer que não são vadias.
10% foram ver Dilma.
Pelegrino foi ver Wagner.
Wagner foi ver Pelegrino.
Eu fui ver o HELICÓPTERO.
Do total, quantos foram, de fato, ao comício para apoiar o candidato a Prefeito?

terça-feira, 19 de junho de 2012

NOSSO FUTURO COMUM


GENTE, LER ESSE TEXTO DE FERNANDO GABEIRA ME FAZ ACREDITAR
 QUE AINDA HÁ VIDA INTELIGENTE NO CENÁRIO POLÍTICO NACIONAL
Fernando Gabeira
O ponto de partida é uma frase de Lula: “Não deixarei que um tucano assuma
 de novo a Presidência“. Lembro, no entanto, que não sou de pegar no pé de
 Lula por suas frases. Cheguei a propor um “habeas língua” para o então
 presidente na sua fase mais punk, quando disse que a mãe nasceu analfabeta
 e que se a Terra fosse quadrada a poluição não circularia pelo mundo. 
Lembro também que hoje concordo com o filósofo americano Richard Rorty: 
não há nada de particular que os intelectuais saibam e todo mundo não saiba. 
Refiro-me à ilusão de conhecer as leis da História, deter segredos profundos
 sobre o que dinamiza seu curso e dominar em detalhes os cenários futuros da
 humanidade.
Nesse sentido, a eleição de Lula, um homem do povo, sem educação formal
 superior, não correspondeu a essa constatação moderna de Rorty. Isso
 porque, apesar de sua simplicidade, Lula encarnava a classe salvadora no
 sonho dos intelectuais, via luta de classes como dínamo da História humana, e 
traçava o mesmo futuro paradisíaco para o socialismo. Na verdade, Lula falava a
 linguagem dos intelectuais. Seus comentários que despertaram risos e ironias no
 passado eram defendidos pelos intelectuais com o argumento de que, apesar de
 pequenos enganos, Lula era rigorosamente fundamentado na questão essencial: 
o rumo da História humana.
A verdade é que a chegada do PT ao poder o consagrou como um partido 
social-democrata e, ironicamente, a social-democracia foi o mais poderoso
 instrumento do capitalismo para neutralizar os comunistas no movimento operário.
 São mudanças de rumo que não incomodam muito quando se chega ao poder. 
O capitalismo é substituído pelas elites e o proletariado salvador, pelos consumidores
 das classes C e D. Os sindicalistas vão ao paraíso de acordo com os critérios da
 cultura nacional, consagrados pela canção: É necessário uma viração pro Nestor,/
 que está vivendo em grande dificuldade.
Se usarmos a fórmula tradicional para atenuar o discurso de Lula, diremos que o
 ex-presidente queria expressar, com sua frase sobre um tucano na Presidência, 
que faria todo o esforço para a vitória do seu partido e para esclarecer os
 eleitores sobre a inconveniência de eleger o adversário. Lula sabe que ninguém manda
 no processo eleitoral. São os eleitores que decidem se alguém ocupará a Presidência.
 Foi só um rápido surto autoritário, talvez estimulado pelo tom de programa de TV, luzes
 e uma plateia receptiva.
Se o candidato tucano for, como tudo indica, o senador Aécio Neves, também eu, em
 trincheira diferente da de Lula, farei todo o esforço para que o tucano não chegue
 à Presidência. Aécio foi um dos artífices na batalha para poupar Sérgio Cabral da
 CPI e confirmou, com essa manobra, a suspeita de que não é muito diferente do PT
 no que diz respeito aos critérios de alianças e ao uso da corrupção dos aliados para
 fortalecer seu projeto de poder. Tudo o que se pode fazer, porém, é tornar clara
 a situação para o eleitor, pois só ele, em sua soberania, vai decidir quem será o eleito.
Na verdade, essa batalha será travada também na esfera da economia. Vivemos um
 momento singular na História do mundo. A crise mundial opõe defensores da
 austeridade, como Angela Merkel, e os que defendem mais gastos e investimentos,
 dentro da visão keynesiana de que a austeridade deve ser implantada no auge do 
crescimento, e não durante o período depressivo. O PT dirigiu o País num período
 de crescimento e muitos gastos, não tanto no investimento, mas no consumo. 
É possível que esse modelo de estímulo à economia tenha alcançado seus limites.
Muito possivelmente, ainda, o curso dos acontecimentos não dependerá tanto da vontade de
 Lula nem dos nossos esforços individuais. A democracia prevê alternância no poder. E a
 análise de como essa alternância se dá na prática revela, em muitos casos, uma gangorra
 entre austeridade e gastança. De modo geral, a crise derrota um governo austero e coloca
 seu oposto no poder, como na França. Mas às vezes derrota um governo social-democrata
 e elege seu adversário direto, como na Espanha.
Pode ser que o esgotamento do modelo de estímulo ao consumo abra espaço para discurso de
 reformas fiscal e trabalhista, de foco em educação e infraestrutura, enfim, de uma fase de
 austeridade. E não é totalmente impossível que um partido de oposição chegue ao governo.
 Restaria ao PT, nesse caso, um grande consolo: ao cabo de um período de austeridade, o 
partido teria grandes chances de voltar ao poder com seu discurso do “conosco ninguém
 pode”, do “vamos que vamos”, “nunca antes neste país”… Não estou afirmando que esse
 mecanismo vai prevalecer, é uma das possibilidades no horizonte. A outra é o próprio
 PT assumir algumas das diretivas de austeridade e conduzir o processo sem necessariamente
 deixar o poder.
Por mais que a crise seja aguda, o apelo ao consumo e à manutenção de intensas políticas
 sociais é muito forte na imaginação popular. O discurso de austeridade só tem espaço eleitoral
 quando as coisas parecem ter degringolado.
O futuro está aberto e não será definido pela exclusiva vontade de Lula. Com todo o
 respeito ao Ratinho e sua plateia, o povo brasileiro é mais diverso e complexo. Se é verdade
 que a História não se define nas academias intelectuais, isso não significa que ela tenha
 passado a ser resolvida nos programas de auditório.
No script do socialismo real o proletariado foi substituído pelo partido, o partido pelo comitê
 central e o comitê central por um só homem. No script da social-democracia tropical Lula
 substituiu o proletariado, o partido, o comitê central e o próprio povo brasileiro ao dizer
 que não deixará um tucano voltar à Presidência. Se avaliar com tranquilidade o que disse, 
Lula vai perceber que sua frase não passa de uma bravata.
O que faz um homem tão popular e bem-sucedido bravatear no Programa do Ratinho é um
 mistério da mente humana que não tenho condições de decifrar. A única pista que me vem
 à cabeça está na sabedoria grega: os deuses primeiro enlouquecem aqueles a quem querem
 destruir. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Prisco, de novo, o velho...

Lembro-me da ultima greve da PM. Não com os detalhes que minha memória criativa oferece cada vez que tendo recordar algo antigo. Lembro-me da greve como um período de tumultos, as pessoas com medo de que algo grave acontecesse (como se não acontecesse nada de grave nos períodos "normais").
Ler, na semana passada, que os homicídios tinham chegado a cinquenta e tantos, "o dobro do que acontece em semanas normais", foi, para mim, como uma pancada no estômago. Imaginem: considerar normal uma semana em que morrem, por assassinato, mais de vinte pessoas numa cidade!

Lembro-me, dizia, da última greve da PM. O PT apoiando, defendendo o direito democrático da greve, considerando com gravidade a necessidade de os policiais auferirem um salário digno; incentivando os policiais, conclamando a população a apoiar a legítima reivindicação daqueles que arriscavam suas vidas para assegurar nosso direito de ir e vir; acusando o Estado em geral e o governo (da Bahia) em particular de falta de sensibilidade, trato político, eficácia, preocupação com a segurança dos cidadãos. Devia ter mais coisa nos discursos. Algumas eu devo ter acrescentado por conta de minha memória criativa. Tivesse eu um pouco mais de decoro (não aquele dos parlamentares) e empregaria (quase escrevo "gastaria") um pouco de tempo pesquisando os fatos, tais como foram publicados pelos jornais e revistas da época. Mas estou cansado, e quero apenas escrever algo descomprometido com os rigores metodológicos e com as pretensões de verdade.
Pensava, hoje, naquela greve ( e todos os jornais lembrando que o mesmo Prisco da última vez era um dos líderes da paralização atual) quando, de repente, o nome de Prisco me assaltou (trocadilho infeliz) oferecendo uma luz nova: não sei de onde tirei a ideia da semelhança entre a palavra "aprisco" e o nome do líder do movimento paredista. Recorri ao velho amigo dicionário e este me informou que prisco não tem qualquer relação com aprisco. O segundo, como se sabe, significa curral, local onde se guardam as ovelhas; também significa covil (lugar onde os bandidos se encontram), mas esse é um significado meio em desuso; os religiosos consideram aprisco os membros da Igreja, e assim por diante. Já "prisco", informa o Houaiss, significa antigo, velho.
Fiquei pensando: então Prisco, o soldado paredista, já tem no nome a marca da vocação. Estivesse eu lendo um romance, diria: que autor inteligente! colocou no personagem um nome que tem tudo a ver com o que ele está fazendo: repetindo o feito de tempos antigos. De fato, Prisco é antigo. Pena que os seus amigos e tutores de antigamente já não sejam os mesmos. Os petistas que, antigamente, eram a favor de todo movimento que buscasse a melhoria de condições dos trabalhadores, já não pensam assim.
Prisco é antigo e, por isso, incomoda. Jacques Wagner é moderno! o PT é moderno. O antigo incomoda o moderno.
Mas, estou sendo injusto com o nosso governador. Pensando melhor, sou obrigado a admitir que ele não é tão moderno assim. Ele também é, de certo modo, prisco. Senão, vejamos: tropas policiais, recusa a dialogar, levando os policiais ao estado de greve, grandiloquência, soberba, cinismo... tudo isso me lembra alguém que há poucos anos, aqui na Bahia, só estava feliz quando as ovelhas não estavam balindo e permaneciam silentes no aprisco. Ave, Prisco!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As Artes de Pedro Seixas

Pedro é um aluno espetacular que tenho no colégio Isba. Entre suas qualidades, descobri que é um desenhista sensível e atento. Em cada linha do seu desenho, cujo tema é frequentemente a batalha entre os homens, é possível perceber a impressionante harmonia que permeia cada detalhe das cenas de destruição. Como se Pedro quisesse sempre nos dizer que, mesmo entre os escombros da insanidade humana, o belo permanece.



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

RENOIR, A CAVERNA DE PLATÃO E CHAUÍ


Adônis Cairo Costa



Um Renoir é um Renoir ou não é um Renoir. Posso fazer uma releitura da arte de Renoir? A meu ver, sim! Posso pintar algo meu, a partir de uma obra de Renoir e dizer que é um Renoir? A meu ver, não!
Faz muito tempo, discutíamos um texto sobre a Alegoria da Caverna de Platão quando fui surpreendido pelo comentário de uma colega a respeito da ferramenta que um dos prisioneiros da caverna havia fabricado para de lá sair. Argumentei que não achava interessante fazer referência à tal ferramenta por um motivo simples: Platão não fala de nenhuma ferramenta na conhecida alegoria. A colega argumentou que o filósofo falava, sim, e que a construção da ferramenta fora, inclusive, objeto de discussão num certo grupo de estudos em outra oportunidade.
Fiquei intrigado com a versão, até então por mim desconhecida. Meses depois, encontrei, num pequeno manual de introdução à Filosofia, um resumo da Alegoria que apresentava a tal versão. Passei a desconfiar de que se tratava de mais um desses ídolos do teatro (vide Francis Bacon), obra de algum autor pouco sério mais preocupado em contar historinhas que em aproximar os alunos (e não os “aprendentes”) do texto original.
No entanto, qual não foi a minha surpresa ao encontrar a tal versão “apócrifa” num livro da professora Marilena Chauí, que eu reputo de uma erudição acima de qualquer suspeita. Lá, a professora diz que “... abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna” (Os grifos são nossos).
Façamos uma breve análise: se há uma fogueira no interior da caverna, como ela pode projetar a sombra do que ocorre do lado de fora para dentro da mesma caverna? Temos aqui, no mínimo, um problema de Física.
Platão, mais cauteloso e, talvez, por ser o autor da ideia, teve o cuidado de colocar a fogueira do lado de fora, o que, inclusive evitava que os seus moradores ficassem sufocados com o fumaceiro proveniente da tal fonte de luz, geradora das sombras.
Mas a professora não para aí. Fiel ao seu propósito de reinterpretar a obra platônica, sugere, explicitamente, que “um dos prisioneiros, inconformado com a situação em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. [... ]Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna.”
Aqui, a meu ver, está o maior problema. A questão de como a sombra vai conseguir se projetar de fora para dentro com a fonte de luz no meio do caminho não é difícil de ser solucionada: um pouquinho de boa vontade e qualquer leitor atento, com um mínimo de senso comum percebe que o que houve foi apenas uma acidental (espero) alteração do local onde a fonte de luz deveria estar. No entanto, o deslocamento necessário para que o prisioneiro da caverna construa uma ferramenta é muito mais complexo: implica numa alteração do que Platão quer dizer com sua alegoria.
No texto original (na verdade, o que tenho é uma tradução para Português feita pela professora Maria Helena da Rocha Pereira), Platão diz: “Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objetos cujas sombras via outrora”.
Alguém poderá objetar, dizendo que não há grandes diferenças entre a versão da professora e o texto de Platão. É um direito. Eu, no entanto, penso que temos aqui uma distância abissal entre as duas “alegorias”: a de Platão remete à necessidade de que alguém nos tire da ignorância. O texto de Chauí parece querer insinuar que é possível sair da ignorância, sozinho. Considero a discussão a respeito de como alguém pode sair da ignorância bastante saudável. O que não considero saudável é colocar no texto do pensador uma ideia que não lhe pertence.
Há mais uma questão, e aqui assumo que estou fazendo meras conjecturas, apenas no sentido de entender as motivações da alteração empreendida pela professora: parece-me que o projeto do prisioneiro desenhado por Chauí é curiosamente semelhante ao projeto das filosofias romântico-libertárias que falam do homem que, tendo percebido as condições de opressão em que se encontra, constrói mecanismos de libertação e, em seguida, convida outros a fazerem o mesmo. Gosto de pensar que esta é a motivação da professora. Gosto de pensar que a motivação para a deturpação do texto de Platão é de ordem política. Gosto, mas não considero totalmente honesto.
A professora Marilena Chauí fez sua reescrita num livro didático, um livro para pessoas que, provavelmente, nunca tiveram acesso ao texto original. Por este motivo creio que seria mais elegante se ela apresentasse, primeiro, o texto do mestre Platão e, em seguida, sua releitura. Ficaria ainda melhor se ela, consciente como é do quanto vivemos enganados, aproveitasse seu texto para explicar que não devemos acreditar em todo mundo que diz ter vindo nos libertar. Dessa forma, poderíamos ficar atentos a grupos como os que hoje estão no governo, quando eles se anunciam como estando acima do bem e do mal. Assim, nós calaríamos, por exemplo, a boca dos intelectuais que insistem em afirmar que o grupo que está no poder é a melhor coisa que poderia ter acontecido ao Brasil. Ainda bem que a professora não pensa como esses intelectuais, senão eu ia achar que ela também ainda não saiu da caverna...