domingo, 5 de junho de 2011

EPISTEME

Este texto foi escrito por uma bela aluna, ANA CATARINA, do Gregor Mendel. É um daqueles presentes que a gente que trabalha com Filosofia às vezes recebe: ao fim de uma aula sobre Platão, ela se sentiu inspirada; foi pra casa e escreveu um poema. Eis o texto:



Não sei se pouco sei
ou se, de fato,
conhecimento vasto
em sua busca caminharei

Talvez seja,
talvez venha a ser
o que se sabe é pouco para compor todo o ser
cabe a Sócrates minha eflexão que define o saber
pois "sei que nada sei" é o mais complexo que se pode dizer

Não se atreva a simplesmente julgar
nos meus versos, mesmo inquietos
questão alguma faço de vir a agradar.

Só busca infame me detém
em sua busca quase infinita
meu desejo é ir além

O que não me cala
o que mantém minha luz
seja talvez certeza da minha existência
que se faz presente em minha sã consciência
e desperta-me curiosamente para a dúvida tão culminante
que vem a completar o sentido da vivência:
O saber que sabe é realmente o que se tem?
se o que se tem é infinitamente, vai além?
o que se sabe não é complexo
não define por completo o saber
pois o saber é muito além do que se sabe
é preciso muito esforço, querer saber.

Tal como diriam Sócrates e Platão,
pois, se acha que tudo sabe, se engana,
pois, no fim da escuridão sabedoria clama!
É preciso saber que para deter o saber
Não basta mero esforço, a não ser querer.
                                                                                    ANA CATARINA

Um comentário: